Sabe aquela famosa imagem do computador na frente da praia, onde todo mundo inveja esse estilo de vida de nômade digital?
Pois é, nunca ninguém parou para pensar onde está a tomada, como ter a internet e se o sol não atrapalha, não é mesmo?
Esse é um dos exemplos onde conseguimos perceber que essa vida não possui somente vantagens, mas também desvantagens.
E nesses quase 15 anos como locutora publicitária, vida de nômade digital mesmo, listo aqui o que aprendi nesse período, viajando e trabalhando ao mesmo tempo!
Vantagens
1. Conhecer pessoas
Ao viajar pelo mundo conhecemos muitas pessoas, de diferentes lugares e culturas. Pessoas interessantes e com histórias de vida inspiradoras.
Com frequência, você se reconhece nelas, por entender as dificuldades e o que cada um está passando nessa jornada. Conheci muita gente empreendedora, em coworkings, viagens, eventos, palestras e vemos que estamos todos no mesmo barco, passando pelas mesmas dificuldades da vida nômade e empreendedora.
Tive muitas novas ideias de negócios e de vida, olhando para universos diferentes do meu.
2. Aprender com outras culturas
Viajar é legal mas nada tem a ver com morar no local. Morando você descobre detalhes que não tem tempo de perceber quando está em férias.
Quanto mais lugares você conhece, mais você percebe que não conhece nada. Além de aprender sobre novas culturas, línguas e pessoas. Isso te traz humildade acima de tudo – e muita resiliência. Se cansar, não tem a casa da mãe pra voltar. Tem que resolver seus perrengues sozinho. There’s no way back!
Quando fui à Tailândia, um lugar pobre, saindo da área turística, aprendi a valorizar muitas coisas simples da vida, como água, conforto, luz e cama — coisas que a população local às vezes não tem. Aprendi a ter mais gratidão e a ver o mundo com outros olhos.
Essa rua linda é em Orlando, acredita? Essa cidade vai muito além dos parques da Disney.
3. Liberdade Geográfica
Trabalhar como locutora/nômade te oferece liberdade para exercer sua profissão de qualquer lugar. Com a possibilidade de escolher locais onde o custo de vida é mais baixo e o poder de compra é maior, como por exemplo na Tailândia, o hub dos nômades.
A moeda vale mais, hospedagem e alimentação mais baratos e você está perto de praias paradisíacas e vários países da Ásia!
Eu ainda irei morar lá, mas hoje estou curtindo Miami Beach, uma cidade cara, porém vibrante e incrível.
4. Produtividade
Como você faz o que você ama, não tem horários específicos de trabalho, você acaba sendo mais produtivo.
Eu por exemplo, gosto de trabalhar a qualquer hora – tem dias que estou lenta e descanso, tem dias que produzo feito um furacão.
5. Flexibilidade & felicidade
Para algumas pessoas, não ter rotina é ruim. Porém, para os nômades, a flexibilidade é algo bom, ou então não escolheríamos essa vida.
Minha felicidade está ligada ao meu senso de contribuição, propósito e sentido de vida. Portanto, sou mais feliz vivendo dessa forma.
E acredito que tenho mais qualidade de vida, pois não trabalho um ano inteiro para tirar um mês de férias.
Meu trabalho e férias estão interligados todo dia – eu trabalho firme (quando estou trabalhando) e aproveito 100% meus momentos de lazer, como se estivesse de férias todo dia. Vou à praia, caminho, jogo volei, saio para barzinhos. No meu dia a dia, não tenho que esperar 11 meses pra isso.
6. Somos responsáveis por todo negócio
Quando eu trabalhava no mundo corporativo, atuava somente em uma área da empresa, no marketing. Quando somos nômades, somos responsáveis por tudo, desde a parte de marketing, conteúdo, financeiro, relacionamentos, comunicação, tecnologia, design, fotografia, captar clientes, parceiros, entre outros. Claro que você pode terceirizar algumas coisas, mas a responsabilidade de dar certo ou dar errado é completamente sua. Para mim, isso é muito bom, pois assumo meus erros e acertos.
Desvantagens (afinal, se fosse fácil, todos seriam nômades)
1. Não tem rotina
Como disse acima, não ter rotina pode ser uma vantagem para alguns porém para outros, precisa de muita organização e disciplina para dar certo. Você tem que ser seu próprio chefe, criar suas tarefas, metas e realizar suas atividades, lutando contra a procrastinação, preguiça, cama.
Tem que saber diferenciar a hora de curtir e a hora de trabalhar.
Isso pra mim foi difícil nos primeiros meses, depois eu peguei o ritmo e passei a amar essa vida empreendedora.
2. Não ter casa
Eu tenho a minha casa – alugada onde deicidir viver! Tenho um apartamento próprio em São Paulo, que comprei anos atrás, mas não pretendo voltar a morar lá.
Porém, muitos nômades simplesmente não têm casa! Daí que vem toda a loucura da logística de viagens, passagens e hospedagem. Esses são os fatores que todos costumam conhecer.
Mas quem quer viver assim deve pensar em alimentação, seguros, vistos, vacinas, língua, moeda, além de ter um planejamento bem adiantado dos próximos meses. Isso o instagram não mostra.
3. Instabilidade de misturar trabalho com férias
Viajar a turismo é uma coisa, você desconecta do seu trabalho e está lá para curtir, relaxar e gastar. Mas quando você viaja e trabalha ao mesmo tempo, é necessário organizar muito bem seus horários e suas finanças.
Ao mesmo tempo que é bom estar em uma praia, às vezes você não quer estar em um lugar novo, paradisíaco e ter que trabalhar (mas repito: para mim, isso não é um problema, eu adoro estar em lugares novos e o dinheiro não parar de entrar, estou sempre gravando. A prática me fez gastar pouco tempo trabalhando por dia – “treino duro, jogo fácil”. Mas é preciso muita disciplina para trabalhar em um local como esse:
4. Ansiedade e inquietude
Hoje em dia, com as redes sociais, todos são micro influenciadores. Comparamos nossas vidas, viagens, trabalho o tempo inteiro, nos tornando cada vez mais ansiosos e depressivos.
Aquela sensação do FOMO (fear of missing out — o medo de estar perdendo algo) se intensifica porque gostaríamos de estar vivendo mais a vida plenamente, porém, quanto mais tempo você tem, parece que menos coisas você faz.
É preciso ter a cabeça no lugar pra não cair nesta armadilha. Simplesmente viva sua vida – ela é sua e não do outro. E a vida do outro não é a sua. Simples assim.
5. Fora da zona de conforto
Ao viajar, estamos sempre fora da zona de conforto. Podemos ter urgências de saúde, não entender a língua ou não se adaptar a novas culturas.
Para uns isso é estimulante, para outros é assustador. Entenda seu perfil.
6. Relacionamentos
Ou você encontra uma pessoa para topar esse mesmo estilo de vida de nômade, ou você acaba sentindo muita falta de amigos e família, ou ainda os dois podem acontecer.
Afinal, vale a pena ser nômade?
Para mim, a principal vantagem está ligada ao meu legado, sentido de vida e propósito. Sempre quis deixar minha marca no mundo e fazer a diferença.
Ser reconhecida de alguma forma pelo meu trabalho, por ajudar e contribuir com o mundo, seja inspirando ou motivando.
O que me motiva a continuar é saber que estou crescendo, evoluindo, mas também ajudando, com a minha história de vida, empreendedorismo, viagens e minhas aulas de locução. Já mudei (de verdade) a vida de muitas pessoas com isso. E se fosse de apenas uma, já teria valido a pena.
Espero que a minha história te inspire e dê coragem para trazer seus sonhos à realidade – da sua cabeça para o mundo!
Malu Pontes
Este post tem 4 comentários
Malu com certeza você me inspira e muitas outras pessoas.Você é uma pessoa que contribui para o mundo trazendo alegria,conhecimento e mostrando nossos caminhos e horizontes!Adorei seu texto com certeza me ajudará a seguir em frente!❤️
Que lindo, obrigada Fer! Beijos
Lindo…somos todos feitos de histórias!
Tomara que eu consiga!
Abraços carinhosos!
Claro que sim!